Hoje olhei pra vida de um jeito diferente. Em geral, quando as pessoas dizem isso, é porque algo de grandioso e excepcional aconteceu no dia delas. Mas não é meu caso hoje. Não sei exatamente por que olhei pra vida de um jeito diferente. Começou por um filme que me inspirou, daí uma música do trailer de outro filme que me deu uma dor no coração, e enfim um desses textos de blogs que dizem várias lições pra tu aproveitar a vida ao máximo. É incrível como, dentro de seus clichês, eles nos botam pra refletir de verdade.

Eu vivo fazendo listas de afazeres. Alguns deles eu cumpro no tempo imaginado, outros procrastino por mais tempo do que eu pensei que fosse possível. Mas sempre faço a lista com a intenção de realizá-la e deitar com a cabeça tranquila no meu travesseiro, com sensação de dever cumprido. E eu sei que esses afazeres cotidianos são importantes pra minha vida num contexto maior, mesmo que por si só eles pareçam de fato rotineiros demais, comuns demais, não dá pra ver tão claramente onde eu tô indo com eles – certamente por estar perto demais temporalmente pra enxergar a importância real deles na minha vida. E é bom, sim, quando eu cumpro esses afazeres e fico com a consciência tranquila. Mas sabe o que é melhor que ficar com a consciência tranquila? É ficar com a consciência lotada. Lotada de expectativas superadas, lotada de vontades realizadas, lotada de atividades cumpridas que sejam importantes por si só, num contexto de qualquer tamanho. É isso que me abastece. É deitar na cama exausta de tanto fazer coisas que eu amei fazer, é fazer uma lista de coisas que eu quero de verdade realizar, que eu não vou querer procrastinar nem por um segundo a realização. É viver momentos em que eu sei, enquanto eles ainda tão acontecendo, que eu tenho muita sorte e felicidade em viver.

Sei que isso é uma certa imaturidade que carrego comigo, querer viver só os momentos de cujo valor tenho consciência imediata. Acho até que me entedio facilmente demais, já que minha vida tá sempre em movimento e mesmo assim nunca parece ser densa o suficiente. Ainda sou muito nova pra compreender como posso saciar esses anseios de intensidade que me batem. Mas um dia eu aprendo.

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No fim, só o que a gente tá buscando é se sensibilizar com alguma coisa. Com qualquer coisa. Pra se sentir vivo e vulnerável. No fundo, a gente quer mesmo é ser capaz de encarar tudo aquilo que vier e nos despertar um senitmento bem no fundo, seja no fundo do coração ou no fundo de um buraco que a gente nem sabia que existia. O ser humano sempre dá um jeito de colher bons frutos da emoção.

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Um ano

Encontrei um arquivo aqui com o título “25022011”. Curioso encontrá-lo exatamente um ano depois (são 2h52min de 26/2, então considero como se fosse 25). Decidi publicar.

Sou normal por me sentir extremamente sozinha sempre que fico um pouquinho entediada? Já pensei em começar a me preocupar comigo mesma, mas quando eu estou começando a levar a ideia a sério, acontece algo que me deixa radiante e certa de que tenho a melhor família, namorado e amigos que poderia desejar. Porém, nunca acreditei completamente que esse último item citado seja realmente um piquenique.
Não me chamem de ingrata, insatisfeita… não é isso. Só quero fugir da sensação de que estou vivendo um tipo de limbo no campo da amizade, que me levaria a um lugar onde coisas melhores acontecem. Porque existe um princípio de sobrevivência que nos diz pra não transportarmos a felicidade pra um futuro distante. A felicidade tem que estar onde eu estou, mesmo que a alegria não se faça presente o tempo inteiro. Felicidade não é um feito, é um hábito e uma característica pessoal. E eu acredito que a possua, não hei de deixá-la escapar.
Além de tudo, seria hipocrisia da minha parte culpar meus amigos por uma consequência do meu comportamento diante de uma fase diferente da minha vida. Uma fase diferente de mim. Nunca foi tão satisfatório ficar em casa sextas-feiras à noite, assistindo filmes sozinha ou com minha mãe. E isso não é culpa dos meus amigos, muito menos de Deus. É só uma nova estação.

 

 

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A gente assim como é, sendo nós mesmos sem nem se importar muito com os outros, ou sem nem se importar muito consigo mesmo; assim só valorizando essa coisa de amar e ser amado, mesmo sem buscar, acaba ensinando tanto pras pessoas. Quantas vidas eu já toquei e nem soube. Quantas já me cativaram tanto e eu nunca fui capaz de falar. Tem que começar a falar, falar que “um dia tu me cativou sem motivo aparente, tu só existiu e nem me deixou entrar direito mas me cativou”.

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Equívoco?

Fingindo adorar teus defeitos

Só pra não me ver sofrer.

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Férias

De que?

A rotina fica menos caótica

Mas não te engana

Férias de mim nunca posso tirar

Quanto mais tempo pra pensar, mais eu fico neurótica:

Com o tempo, com o futuro

Com o peso que eu seguro

Com as pessoas com quem me envolvo

Segunda-feira já começa de novo.

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Um adeus preso na garganta

A fase atual é uma preparação pra uma nova e diferente fase da minha vida. Em cinco dias, estarei tentando iniciar uma relação mais íntima com minha nova moradia. Sim, porque essa casa onde eu vivo atualmente talvez me conheça melhor do que qualquer pessoa que já cruzou meu caminho, e eu nem precisei confidenciar nada a ela, ao menos verbalmente. Cenas e sentimentos foram confidenciados a esse lugar, onde eu vivi os últimos 15 ou 16 anos. E deixar pra trás algo que te conhece tão bem é como deixar pra trás um guru, um alguém que sabe tudo a teu respeito e que, em silêncio, te faz relembrar e repensar as situações vividas, as decisões tomadas.

É um filme acelerado com imagens da minha infância, dos meus memoráveis aniversários com crianças correndo pela casa toda, meus pais, avós e bisavós observando, intrigados. Essa mudança é uma prova de que o tempo passa, de que as prioridades mudam. Quando temos que abandonar algo que amamos, a despedida nunca é longa o suficiente, fica palpitando pelo resto da vida. Ainda não caiu a ficha.

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O Escafandro e a Borboleta

O despertar é quase que imediatamente relacionado à enxergar, e à visão que nos espera quando abrimos os olhos. Não pode ser normal despertar e não ver nada. A perda da sensação do fiozinho de luz que passa por entre a persiana, e alcança os olhos entreabertos. Ter que acreditar no que as pessoas te dizem estar acontecendo é um exercício de confiança nos outros e de redescoberta dos instintos naturais do ser humano.

É difícil poder entender esse ponto de vista, de que mesmo que tu não veja nada ao abrir os olhos, aquele vai ser o teu despertar toda vez depois que tu acabar pegando no sono. Dá pra ser entendido como metáfora, já que mesmo sem perder a visão propriamente dita, muitos de nós nos sentimos, ao longo da vida, como se estivéssemos despertando sem enxergar o que nos espera, alterando
completamente o significado desse despertar.

Metaforicamente ou não, o que nos resta é desenvolver o nosso eu interior, mais do que jamais conseguimos desenvolver. Crescem na gente pensamentos e percepções que só essa perda da visão poderia nos proporcionar. É um
momento de se relacionar, sim, pois é difícil que esse renascimento seja efetivamente alcançado sem o afeto pelas pessoas que estão perto. Mas, mais do que isso, é um momento de isolamento, reflexão e reconhecimento da própria existência e personalidade. De si, e de todos os seres que puderem passar pela imaginação. Existe a dor, e ela predomina por um longo tempo, mas o que se adquire depois que esta cessa é uma intensificação absurda
da sensibilidade da alma.

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Ser esperto não é rejeitar o sistema.

Ser esperto é te relacionar com ele sem sair alienado. Manter a integridade social sem prejudicar a integridade intelectual.

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Tem dias que o céu parece mais distante

Como se houvesse mais céu antes do céu,

Como se houvesse mais eu antes de lá.

Será?

Mera insatisfação humana?

Ou realmente algo que nos afasta do que queremos?

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